ABSTRACT
O objetivo deste artigo é traçar perfil da vitimização sexual de crianças e adolescentes, segundo descrição de casos por alunos e professores de escolas públicas. Trata-se de estudo transversal, envolvendo alunos 14 a 19 anos, ambos os sexos e professores da Rede Feira de Santana, 2006. A amostragem foi por conglomerado estágios múltiplos, selecionando-se aleatoriamente escolas de diferentes portes 10, alunos 732 e professores 88, respeitando proporcionalidade e representatividade 42 escolas, utilizou se instrumento autoaplicável e sigiloso. Os resultados mostraram que alunos de ambos os sexos e faixas etárias citaram maiores proporções de estupro; identificaram-se casos ocorridos no domicílio ou comunidade, divulgados e denunciados pela mãe; perpetrado pelo pai e a maioria das vítimas estava na faixa de 12 a 16 anos; a proporção de vitimização também na infância acima de 30 porcento foi alta; alunos mais jovens descreveram maiores proporções de agressores desconhecidos e ocorrências na comunidade; a pedofilia foi citada por mais de 20 porcento do sexo masculino e da faixa de 17 a 19 anos. Professores descreveram estupros ocorridos no domicílio, denunciados pelas mães, perpetrados pelos pais, usando intimidação verbal e outras. Concluiu-se que a proximidade da escola com a violência infanto-juvenil fazendo parte do cotidiano das famílias e grupos aponta necessidade de práticas, destacando sensibilização para a identificação e notificação de casos.
The study aims to analyze the profile of the sexual victimization of children and adolescents according to the description of cases by students and teachers of public schools. It is a trans-sectional study, involving students and teachers of the Feira de Santana System Education, in 2006. The sampling was by conglomerate, multiple stages, selecting schools, students and teachers at random, taking into account proportionality and representation. Of the 42 schools, 10 of different sizes were chosen, totaling 840 students and 147 teachers. The data collection was carried out through a self applying and confidential instrument. Prevalence P and Prevalence Ratio PR were calculated for association among variables. About 25 percent of students and 25 percent of teachers were aware of cases of victimization. The PR showed significant association between students of the female gender and description of victimization 1.53 times, in the form of rape 2.28 times, victims 10 to 16 years of age 1.75 times, occurring at home 2.40 times, the father as aggressor 1.80 times , use of physical force 2.13 times and the mother as denouncer 2.97 times. The teachers described cases of rape and incest, with verbal threat, occurrence at home and community with the father as aggressor. It was concluded that the school can contribute to identify, denounce cases and develop preventive activities, considering the school to be a favored space for the interruption of the violence cycle.
El objetivo de este estudio es analizar el perfil de la victimizaciónção sexual de niños y adolescentes, según la descripción de casos por alunos y profesores de escuelas públicas. Se trata de un estudio de corte transversal, comportando alumnos y profesores de la Red de Enseñanza de Feira de Santana, en 2006. La muestra fue por conglomerado, niveles múltiplos, seleccionando aleatoriamente escuelas, alumnos y profesores, respetando la proporcionalidad y la representatividad. De las 42 escuelas, se sortearon 10 de diferentes portes, totalizando 870 alumnos y 147 profesores. En la recolección de datos, se utilizó instrumento autoaplicable y sigiloso. Fueron calculadas Prevalencia P y Razón de Prevalencia RP para la asociación entre variables. Alumnos y profesores 25 por ciento conocían casos de victimización. Las RP apuntaron asociación significante entre alumnos del sexo femenino y descripción de la victimización 1,53 veces: en la forma de estupro 2,28 veces; victimas de 10 a 16 años 1,75 veces; en el domicilio 2,40 veces, el padre como agresor 1,80 veces; uso de la fuerza física 2,13 veces; y la madre como denunciante 2,97 veces. Profesores describieron casos de estupro e incesto, con amenaza verbal, en el domicilio y en la comunidad, teniendo el padre como agresor. Se concluye que la escuela puede contribuir, identificando y denunciando casos, asi como, desarrollando actividades preventivas, considerando que es espacio privilegiado para la interrupción del ciclo de la violencia.